Organização: Katia Bandeira de Mello Gerlach
Organización: Katia Bandera de Mello Gerlach
Traducción al español: Juan Pablo Villalobos
Todas las voces, todas
Todas las manos, todas
Toda la sangre puede
Ser canción en el viento.
(Tejara Gomez)
André Timm é gaúcho, de Porto Alegre, radicado em Santa Catarina. Insônia (Design Editora, 2011), seu livro de estreia, foi Menção Honrosa no Prêmio SESC de Literatura. Modos inacabados de morrer, seu primeiro romance, é finalista do Prêmio São Paulo de Literatura 2017 e foi o vencedor da Maratona Literária da editora Oito e Meio na categoria prosa. Mantém o site 2 mil toques, projeto autoral em que convida escritores a compartilharem suas rotinas e processos ligados à produção literária.
Quer aprender como se faz isso em apenas uma semana?
Rodrigo Maceira é doutorando em Estética e História da Arte, pela Universidade de São Paulo, onde estuda a dimensão performer da palavra, na arte pública. Ministrou aulas no SENAC e na oficina de escrita criativa do Centro Cultural São Paulo. Publicou as coletâneas de contos Um céu diferente daquele de lá (2015) e Até de repente (2016). De modo independente, em tiragens artesanais, editou I will be hey (2014) e Abertas & fechadas: versos homográficos (2016). É um dos idealizadores da rede Si no puedo bailar, no es mi revolución.
Flávia Iriarte é editora e publisher, fundadora da Oito e Meio, editora especializada na publicação de ficção contemporânea, e da comunidade online voltada para escritores Carreira Literária. Já publicou seus textos em revistas brasileiras e estrangeiras, e a coletânea de contos Todo homem naufraga (2013). Em 2016, foi eleita um dos 5 jovens talentos do mercado editorial brasileiro, pelo Prêmio Jovens Talentos da Indústria do Livro, promovido pelo PublishNews, com o apoio da Feira do Livro de Frankfurt e o patrocínio do Sindicato Nacional dos Editores de Livros.
Ronaldo Bressane nasceu em 1970 em São Paulo, onde vive e trabalha como jornalista, editor e professor de escrita criativa. Publicou o romance Mnemomáquina (Demônio Negro), o infantojuvenil Sandiliche (Cosac Naify), a coletânea de contos Céu de Lúcifer (Azougue) e o romance gráfico V.I.S.H.N.U. (Companhia das Letras). Lançou em 2017 o romance Escalpo (Reformatório), que viaja por várias cidades da América Latina, e, pela Oito e Meio, o volume de poesia Metafísica prática.
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André Sant’Anna é escritor e roteirista de publicidade e cinema. Autor de Amor (1998), Sexo (1999), Amor e outras histórias (Companhia das Letras, 2001), O paraíso é bem bacana (Companhia das Letras, 2006), Inverdades (7Letras, 2009) e O Brasil é bom (Companhia das Letras, 2014).
Guilherme Preger (1966), é escritor e engenheiro, natural do Rio de Janeiro. É autor de Capoeiragem (7Letras, 2003) e Extrema Lírica (Oito e Meio, 2014). É um dos organizadores do Clube da Leitura, coletivo especializado em prosa literária. Participou como autor e editor das três coletâneas do coletivo. É Mestre em Literatura Brasileira pela UERJ e doutorando em Teoria Literária na mesma universidade com pesquisa nas relações entre ciência e literatura.
Vivian Pizzinga é escritora e psicóloga. Lançou os livros de contos Dias roucos e vontades absurdas (Oito e Meio, 2013) e A primavera entra pelos pés (Oito e Meio, 2015), além de ter participado com contos e textos em prosa poética de coletâneas tais como Cada um por si e Deus contra todos (Tinta Fresca, 2016), Escriptonita (Patuá, 2016), Clube da leitura (3 volumes), Para Copacabana com amor (Oito e Meio, 2013) e A balada de Johnny Furacão, e de revistas literárias como Revista Pesquisa FAPESP, Café Espacial e Diversos Afins. Além da escrita literária, faz doutorado em Saúde Coletiva (IMS/UERJ) e atua na área clínica desde 2004.
Marcelo Mirisola é escritor, autor de romances, contos e crônicas. Autor de Fátima fez os pés para mostrar na choperia (1998), O herói devolvido (2000), O azul do filho morto (2000), Bangalô (2003), O banquete (2003, com o cartunista Caco Galhardo), Joana a contragosto (2005), Notas da arrebentação (2005), O homem da quitinete de marfim (2007), Proibidão (2008), Animais em extinção (2008), Memórias da Sauna Finlandesa (2009), Charque (2011), Teco, o garoto que não fazia aniversário (2013, com Furio Lonza), O Cristo empalado (2103), Hosana na sarjeta (2014), Paisagem sem reboco (2015) e A vida não tem cura (2016).
Escritor mineiro que vive no Rio de Janeiro, Alexandre Brandão é autor de livros de crônicas e de contos publicados desde 1995. Entre eles, destacam-se No osso: crônicas selecionadas (Cais Pharoux, 2012) e Qual é, solidão? (Oito e Meio, 2014). Foi vencedor do “Bolsa do autor”, da Funarte, em 2000, escreve para a revista Rubem (rubem.wordpress.com) e mantém o blog No Osso (noosso.blogspot.com.br). Participa do “Estilingues”, grupo que lançou, ao longo de seus 30 anos, três coletâneas de contos de circulação não comercial.
Igor Dias é engenheiro e escritor. Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no outono de 1987. É autor do livro de poemas Além dos sonetos breves (2012) e da coletânea de contos Dinamarca (2015), ambos publicados pela Editora Oito e Meio.
Myriam Campello nasceu no Rio de Janeiro, é romancista e contista. Escreveu Cerimônia da noite (romance, 1972, Prêmio Fernando Chinaglia II), Sortilegiu (romance, 1981), Olho (Prêmio União-Latina-Guimarães Rosa para conto inédito, 1977), Sons e outros frutos (contos, 1998, Prêmio Conclusão de Obra da Biblioteca Nacional), São Sebastião Blues (romance, 1993; Alemanha, 1998; segunda edição brasileira, 2012), Jogo de damas (romance, 2010), Como esquecer (romance, 2003; segunda edição 2011) e Adeus a Alexandria (romance, 2014). Entre as antologias de contos de que participou está Os cem melhores contos do século (2000).
Leonardo Marona nasceu em Porto Alegre, é escritor e tradutor. Autor de Pequenas biografias não autorizadas (7Letras), L'amore no (7Letras), Conversa com leões (Oito e Meio), Cossacos gentis (Oito e Meio), Óleo das horas dormidas (Oficina da Raquel) e Dr. Kraus (Oito e Meio).
Verena Cavalcante é escritora, revisora de textos, tradutora e consultora literária. Larva, seu livro de estreia (Editora Oito e Meio, 2015), foi vencedor do segundo lugar na categoria Contos pelo Prêmio Guavira 2016. Em 2017, participará de três diferentes coletâneas de contos e tem planos de finalizar duas obras nas quais vem trabalhando nos últimos anos – um novo livro de contos e um romance.
Maiara Líbano é escritora e realizadora cinematográfica. Atua como produtora e roteirista do programa de literatura Trilha de Letras, da TV Brasil. Publicou diversos contos em coletâneas literárias e no momento termina de escrever seu primeiro livro solo.
Caco Ishak, 1981. Nascido em Goiânia, criado em Belém. Pela carioca 7Letras, lançou Má reputação (2006) e Não precisa dizer eu também (2013). Seu primeiro romance, Eu, cowboy, foi publicado em 2015 pela Oito e Meio. Passou 2015 entre Brasil, Cuba, Colômbia e seu quarto (em trânsito por algum buraco negro), conspirando. “Diários de uma guerra particular” é algo como um prefácio de seu próximo romance, ainda sem título. Mais informações em https://ciaocretini.org.
Katia Bandeira de Mello Gerlach, natural do Rio de Janeiro e radicada em Nova York, formou-se em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). É mestre em Direito Internacional Privado pela Universidade de Londres e pela NYU School of Law, e professora de Direito na Fundação Getúlio Vargas. Integra o corpo docente da Universidad Desconocida do Brooklyn sob a direção de Javier Molea. Publica no Jornal Rascunho, na Revista Cenas (Centro Cultural Raimundo Carrero) e na Revista Philos. Livros publicados: Jogos (ben)ditos e folias (mal)ditas, Colisões BESTIAIS (particula)res, Forrageiras de Jade e Forasteiros.
Leandro Jardim é escritor de poesia, prosa e letra de canção. Seus livros mais recentes são a A angústia da relevância (Romance, 2016), Peomas (Poesia, 2014) e Rubores (Contos, 2012), todos pela Editora Oito e Meio. Em parceria musical com Rafael Gryner, lançou os EP’s O sonhador (2014) e Sementes musicais para um mundo cibernético (2011). Também escreveu canções com parceiros como Diogo Cadaval (banda Mocambo), Clara Valente e Matheus VK. Possui contos e poemas publicados em diversas antologias revistas e literárias.
Renato Lemos é jornalista e autor de Inventores do carnaval (Perfis, Editora Verso Brasil, 2015), Enquanto nossos meninos dormem (Contos, Oito e Meio, 2015). Publicou o conto Sistema de cotas na coletânea Cada um por si e Deus contra todos (Editora Língua Negra, 2016).
Danielle Schlossarek nasceu em 1975, no Rio de Janeiro. Formada em Direito, é escritora e cofundadora do grupo Clube da Leitura. Integra o coletivo Caneta, Lente e Pincel e participou de exposições no Centro Cultural da Justiça Federal (2012), no Monumento a Estácio de Sá (2013) e no MAM (2014). Participou das coletâneas Clube da Leitura: volumes 1, 2 e 3 (2009, 2012 e 2015), Caneta, lente e pincel (Flâneur, 2011), Para Copacabana com amor (Oito e Meio, 2013) e Vou te contar: 20 histórias ao som de Tom Jobim (Rocco, 2014). Publicou seu livro de contos Irene na multidão, pela Editora Oito e Meio em 2013.
Panamá
Flávia Iriarte
Leandro Jardim é escritor de poesia, prosa e letra de canção. Seus livros mais recentes são a A angústia da relevância (Romance, 2016), Peomas (Poesia, 2014) e Rubores (Contos, 2012), todos pela Editora Oito e Meio. Em parceria musical com Rafael Gryner, lançou os EP’s O sonhador (2014) e Sementes musicais para um mundo cibernético (2011). Também escreveu canções com parceiros como Diogo Cadaval (banda Mocambo), Clara Valente e Matheus VK. Possui contos e poemas publicados em diversas antologias revistas e literárias.
O carioca Cesar Cardoso (1955) publicou os livros de contos As primeiras pessoas e Urubus em círculos cada vez mais próximos (editora Oito e meio), e coisa diacho tralha (poesia, editora Texto Território). É autor de vários livros de literatura infantojuvenil. Escreveu para a revista Caros Amigos e para os jornais O Pasquim e Planeta Diário. Roteirista de TV, escreveu programas como TV Pirata e A Grande Família, e escreve o Zorra. Mantém o blog PATAVINA’S (http://cesarcar.blogspot.com).
Rodrigo Maceira
Alexandre Brandão
Verena Cavalcante
Escuridão. Talvez seja incrível, mas no coração da escuridão há luz. Eu fiquei imaginando aquela história do samurai cego. A habilidade que vinha de seus sentidos apurados. O som, os odores, a percepção do deslocamento do ar ao menor movimento. Em poucos dias, eu já me sentia um samurai cego. Eu sei exatamente quando preparam a comida, quando abrirão a porta. Antes que meu interlocutor fale, eu já reconheço seu sexo apenas por seu cheiro. Rapidamente, entre os rumores indistintos, eu comecei a entender as conversas. Elas vêm de um lugar de fora, onde há sol e luz. Onde há o vapor exalado por vulcões. Onde há a Guatemala. A Guatemala é tudo que eu sinto.
O mundo onde George Harrison estava começando a ficar cabeludo, onde George Harrison estava começando a fumar uns baseados e tocar iêiêiê, onde George Harrison foi gerado e nasceu, em 1964, era um mundo muito doido. Deve ser por isso que eu sou doido. E também por causa desses negócios familiares, neuroses transmitidas de geração para geração, aquela influência maluca do inconsciente coletivo, o George Harrison fazendo coisas que nem sabe por que está fazendo, o inconsciente dele, do George, obrigando o George a fazer coisas que, se ele, o George, tivesse consciência do que estava fazendo, eu jamais teria feito.
O George nasceu para ser um filho da revolução, um menino de 64, uma criança de sorte, que cresceria em um país novo, com um futuro sensacional pela frente, farol da humanidade, gigante a despertar, essas porra.
Era uma noite quente e abafada na cidade de Jucuapa. A televisão estava ligada no máximo para que, da cozinha lavando louça, Estela pudesse acompanhar a novela. Com a cara colada na TV, estava Juanito. Ficava assim até acabar. Deitado no sofá, roçando a almofada nas partes, magnetizado pelas brasileiras seminuas.